Passo tanto tempo sem fazer estas viagens até ao oceano, que quando o faço sinto-me incapaz de conter esta vontade de me diluir em gota de água.
E quando o mar está como estava no último Sábado não posso evitar correr pela rebentação e andar como louca (não me assemelho em nada aos restantes transeuntes que saboreiam o mar). Ando descontroladamente, avanço e recuo com a rebentação como se a rebentação guiasse o meu compasso. Apetecia-me mergulhar, mas controlo esta tensão que me impele de navegar sem rumo e, depressa, num compasso fúnebre, regresso ao areal.
Os surfistas parecem-se lontras marinhas nos seus fatos pretos flutuantes, aguardando pela Onda Perfeita. Vêm-me à cabeça palavras como OFF-SHORE, SETS... cujo significado prático desconheço. Vejo-os caminhar alheios à realidade. Andam em bandos como se de aves se tratassem e seguem rigorosamente todos os rituais. Independentemente do impulso que os sustém de se atirar ao mar, caminham pela praia conscientes da sua superioridade moral e da convicção de fazerem parte de algo superior ao qual os restantes seres humanos (os que no momento caminham pela praia) se vêm excluidos. E é impossível ficar indiferente ao espectáculo que se desenrola diante dos nossos olhos.E na diversidade de seres humanos naufragados no areal distingo alguns exemplares: o grupo de brasileiros, que relaxadamente saboreiam a praia e a companhia dos seus; os dois casais de trintões que se matam a trabalhar para manter, pelo menos as aparências, como se a vida se resumisse apenas a isso, e que em curtos lapsos de tempo vêm despertar a sua humanidade no areal; o casal de “freaks” que infringindo todas as regras, desafiam o sol e até as marés e se banham indisciplinadamente com os seus filhotes (imunes a todas as espécies de doenças).
Por um longo espaço de tempo imagino-me invisível a caminhar descalça pela rebentação, levantando a saia para não a molhar (e é este gesto precisamente que me permite manter alguma sobriedade mental), quando sou abordada por uma estrangeira residente que me questiona se de certeza que sou portuguesa. (Fico para aqui a matutar o que a terá levado a contrário o contrário? Hum! Serei “ALIEN”?)
E quando o mar está como estava no último Sábado não posso evitar correr pela rebentação e andar como louca (não me assemelho em nada aos restantes transeuntes que saboreiam o mar). Ando descontroladamente, avanço e recuo com a rebentação como se a rebentação guiasse o meu compasso. Apetecia-me mergulhar, mas controlo esta tensão que me impele de navegar sem rumo e, depressa, num compasso fúnebre, regresso ao areal.
Os surfistas parecem-se lontras marinhas nos seus fatos pretos flutuantes, aguardando pela Onda Perfeita. Vêm-me à cabeça palavras como OFF-SHORE, SETS... cujo significado prático desconheço. Vejo-os caminhar alheios à realidade. Andam em bandos como se de aves se tratassem e seguem rigorosamente todos os rituais. Independentemente do impulso que os sustém de se atirar ao mar, caminham pela praia conscientes da sua superioridade moral e da convicção de fazerem parte de algo superior ao qual os restantes seres humanos (os que no momento caminham pela praia) se vêm excluidos. E é impossível ficar indiferente ao espectáculo que se desenrola diante dos nossos olhos.E na diversidade de seres humanos naufragados no areal distingo alguns exemplares: o grupo de brasileiros, que relaxadamente saboreiam a praia e a companhia dos seus; os dois casais de trintões que se matam a trabalhar para manter, pelo menos as aparências, como se a vida se resumisse apenas a isso, e que em curtos lapsos de tempo vêm despertar a sua humanidade no areal; o casal de “freaks” que infringindo todas as regras, desafiam o sol e até as marés e se banham indisciplinadamente com os seus filhotes (imunes a todas as espécies de doenças).
Por um longo espaço de tempo imagino-me invisível a caminhar descalça pela rebentação, levantando a saia para não a molhar (e é este gesto precisamente que me permite manter alguma sobriedade mental), quando sou abordada por uma estrangeira residente que me questiona se de certeza que sou portuguesa. (Fico para aqui a matutar o que a terá levado a contrário o contrário? Hum! Serei “ALIEN”?)
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